As plantas de aquário também precisam ser podadas, vamos aqui referir como fazer essa poda de acordo com o tipo de planta.
Dependendo da planta que temos no aquário a poda vai ser feita tendo em atenção os seguintes cuidados:
As Plantas ditas de caule mole,
São as plantas como Cabomba, Egeria, Rotala, Hemianthus, Heteranthera , Glossostigma, Didiplis, Alternanthera, Polygonum, Limnophila, Myriophyllum, Ludwigia, Micranthemum, Hydrocotyle, Bacopa, Hygrophila, Potamogeton, Najas, etc:
Este tipo de plantas basta fazer um corte no ponto desejado, imediatamente acima de um nó foliar (onde o pecíolo foliar ou as folhas se inserem no caule), podendo se quiser replantar a parte superior removida.
A parte inferior da planta, se for mantida no local original, tende geralmente a voltar a brotar, desde que continue a receber luz e seja deixado um pedaço mínimo com folhas.
Plantas ditas de roseta,
São plantas como Echinodorus, Cryptocoryne, Aponogeton, Vallisneria, Sagittaria, Eleocharis, Samolus, Crinum, Cyperus etc:
Este tipo de plantas devemos podar apenas as folhas velhas, as folhas mais externas na roseta, no pecíolo foliar
(a haste que liga a folha ao rizoma / bulbo) bem junto do rizoma / bulbo.
Folhas cortadas em qualquer ponto de seu comprimento acabam amarelando e morrendo, ficando bastante anti-estético no aquário. As folhas podadas mesmo junto da base da planta não rebrotam.
A multiplicação deste tipo de plantas apenas se consegue fazer com estolões (Sagittaria, Vallisneria,
Cryptocoryne, algumas Eleocharis e em Echinodorus pequenas), mudas nascidas no rizoma
(Echinodorus, Aponogeton), direto da haste floral (Echinodorus), cespitosamente (mudas
lado a lado, sobre um curtíssimo rizoma; Eleocharis, Cryptocoryne, Cyperus) ou semente,
dependendo da espécie (muitas apresentam mais de uma dessas formas reprodutivas).
É possível dividir o rizoma de algumas dessas espécies (Cryptocoryne principalmente), mas
sempre com alto risco de perder a muda destacada e também a planta-mãe (OBS: raízes
mais grossas de Cryptocoryne, se podadas e deixadas na água podem gerar novas plantas).
Plantas ninfeáceas,
São plantas como Nymphaea, Nymphoides etc, precisam de cuidados muito especiais, porque é necessário cortar as folhas em forma flutuante sempre que surjam, e antes que alcancem a superfície, senão a planta passa a produzir apenas essa forma de folha, perdendo todas as submersas.
Podas estéticas iguais às das plantas de roseta: folhas velhas e mais externas, no pecíolo junto do rizoma / bulbo.
Folhas de Nymphaea, depois de podadas, não rebrotam, mas as de Nymphoides sim, basta
deixar flutuando em local iluminado. A reprodução se dá em algumas espécies de Nymphoides pela formação de mudas na base da folha (no local ou pouco antes de onde o pecíolo foliar “entra” na folha), por estolão (algumas Nymphaea), ou por semente (a maioria das Nymphaea).
Semente em Nymphaea só são formadas quando ela floresce, e isso só acontece quando se permite à planta formar folhas flutuantes.
Não tente dividir bulbo ou rizoma de Nymphaea que só sai desastre… morre tudo, perde-se a planta.
Plantas pteridófitas,
Existem as pteridófitas em forma de roseta, como Ceratopteris; estas devem ser podadas como as plantas de roseta, mas as suas folhas, se deixadas flutuando em local iluminado e com nutrientes, formam novas mudas na extremidade
Ídem a pteridófitas como Microsorum (e exceto Isoetes, Bolbitis e Marsilea). As que apresentam-se com rizomas (caules horizontais de onde brotam as folhas), como Marsilea, Microsorium e Bolbitis, podem ter seu rizoma dividido para efeito de multiplicação; podas estéticas devem ser feitas como nas plantas de roseta (junto dos pecíolos foliares).
As plantas Isoetes possuem pequenos “bulbos”, onde se formam esporos, que são a única forma de multiplicação além da multiplicação cespitosa (em forma de moita — mudas novas ao lado da planta, sem formação de estolhos). Folhas podadas não rebrotam (exceto Microsorum e a citada Ceratopteris), nem é possível dividir os bulbos, apenas destacá-los do conjunto formado. Podas estéticas como nas plantas de roseta.
Plantas rizomatosas,
São as plantas como Anubias, Acorus e Nuphar: poda-se esteticamente apenas as folhas velhas, que não rebrotam. Folhas cortadas em qualquer parte de seu comprimento (incluindo pecíolo foliar) amarelam e morrem. A divisão de rizoma pode gerar novas mudas, mas é sempre processo arriscado — costumase cortar a muda nova que tenha no mínimo 4 ou 5 folhas bem formadas.
Plantas flutuante,
Estas por norma formam mudas laterais, por estolho ou não; a poda, se necessária, sempre como planta de roseta. Folhas cortadas em qualquer parte de seu comprimento amarelam e morrem, exceto Ceratopteris, que gera novas mudas em sua extremidade. Mudas costumam ser formadas por estolhos, basta destacar depois de bem formadas e com raízes.
Plantas inferiores, não vasculares,
São plantas como o musgo (Vesicularia dubyana e afins (p.ex., o “musgo de Java”); briófitas (p. ex., Riccia, Ricciocarpus) e algas (p. ex., Chara, Nitella): basta dividir onde quiser, sobrando uma única célula é o suficiente para, havendo condições mínimas, gerar uma “nova planta”.