Cultivo de morango sem solo, sem terra
Nos últimos anos, o cultivo de morangos sem solo nas estufas adquiriu uma grande importância, pelas diversas vantagens que a cultura sem solo apresenta, nomeadamente a nível da redução da necessidade de controlo de doenças comuns no solo, proporcionando um sistema de cultivo mais ecológico, eficiente e sustentável sem comprometer a qualidade nutricional do morango.
Material e métodos
O morango foi cultivado em sistema aberto de cultura sem solo, com equipamentos comuns a outras culturas, que incluem nomeadamente: o cabeçal de controlo automatizado da fertirrega, mediante do controlo da condutividade eléctrica (CE) e da acidez (pH) da solução nutritiva, e o sistema de rega gota a gota. O cultivo diferenciou-se de outras culturas sem solo no tipo de substrato utilizado, na forma de suporte do substrato, na densidade de plantação e, como era natural, na composição da solução nutritiva.
O substrato ideal a usar é especial para o morangueiro, constituído por uma mistura (% em volume) de casca de pinheiro compostada (40%), fibra de coco (20%) e turfa (40%), para garantir uma elevada capacidade de retenção de água, drenagem e arejamento. O substrato foi colocado em sacos de polietileno (PE) negro de 30 L de capacidade, com 1 m de comprimento e cerca de 20 cm de largura (depois de instalado). O suporte dos sacos de cultura era constituído por bancadas em verguinha de ferro, com a altura de 1m e 1 m de distância na linha.
Resultados e discussão:
A fertirrega e o controlo fitossanitário foram idênticos em ambos os ensaios. Os valores de referência para a preparação das soluções nutritivas apresentam-se no Quadro:
Registou-se um consumo médio de 1,8 L m-2.dia-1 de solução nutritiva), o que representa 59 % do volume total da solução nutritiva fornecida à cultura na rega. A solução drenada (41 % do volume da solução nutritiva fornecida), foi reutilizada na fertirrega de um pomar de citrinos.
Os valores de CE situaram-se dentro do intervalo esperado. O pH apresentou valores um pouco superiores ao desejado, em virtude de anomalias no potenciómetro do equipamento.
Quanto a pragas, nomeadamente ácaros e tripes, não se registaram problemas significativos, tendo sido controladas recorrendo a insectos auxiliares. Durante a cultura, a ocorrência de oídio e botrytis esteve controlada, sendo a sua incidência semelhante em ambos os ensaios.
Conclusões finais sobre o cultivo de morango sem solo:
No sistema aberto de cultivo usado a solução drenada, cerca de 40 % do volume
fornecido pela rega, foi facilmente reaproveitada noutras culturas, como os citrinos.
Assim, a realização deste tipo de culturas deverá preferencialmente incluir a reutilização
da drenagem ou a sua reciclagem. Para a reciclagem, haverá contudo que garantir condições de segurança fitossanitária para a cultura.
Quanto à produtividade, o aumento da densidade de plantação, de 8 para 14
plantas por m2.
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