Doenças e pragas que afetam as abóboras
Conheça as doenças e pragas que afetam o cultivo de abóboras e quais os modos de as combater.
Quem começa uma plantação de abóboras deverá ser consciente de que existem doenças ou pragas que podem afetar as plantas e colocar em causa a produção dos frutos. As principais doenças que afetam a cultura de abóboras são provocadas por fungos, vírus e nematoides e apesar de mais raramente, também podem ser provocadas por bactérias. Dentre elas destacam-se as seguintes:
Tombamento – ocorre nas mudas no viveiro ou em plântulas na fase inicial da cultura e pode ser causado por diversos patógenos com destaque para Phytophthora spp., Fusarium spp., Pythium spp., Rhizoctonia solani e Thielaviops basicola. O principal sintoma é o escurecimento e amolecimento da base da planta, muitas vezes resultando em constrição dos tecidos atacados. Normalmente, esta constrição faz com que o caule não suporte o peso da planta, ocasionando seu tombamento.
Podridão dos frutos – diversos patógenos podem estar associados, como Phytophthora spp., Botrytis cinerea, Choanephora cucurbitarum, Diplodia nitidalis, Fusarium roseum, Penicillium digitatum, Pythium spp., Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfsii e a bactéria Acidorovax avenae, dentre outros.
A podridão causada por Phytophthora spp. caracteriza-se pela formação de uma massa micelial cotonosa branca sobre a superfície dos frutos.
Esta doença é mais comum em condições de verão chuvoso com alta temperatura e humidade. Este é o aspeto deste tipo de doença:
Oídio – é uma doença da aboboreira causada pelo fungo Podosphaera xanthii.
Esta doença pode ocorrer em diversas condições, mas é comum principalmente em condições de baixa humidade do ar, pouca insolação, alta temperatura e final de ciclo da cultura. Os primeiros sintomas da doença são observados em folhas, pecíolos e hastes jovens na forma de manchas de cor amarelo-palha. Essas manchas
crescem e ficam cobertas por uma massa branca pulverulenta formada na superfície superior das folhas pelo desenvolvimento de estruturas do fungo. Posteriormente as manchas tornam-se necróticas.
Míldio – Trata-se de um problema causado por Pseudoperonospora cubensis. Os sintomas são visíveis nas folhas infectadas da aboboreira onde aparecem manchas amarelo-claras, irregulares e limitadas pelas nervuras foliares. Essas manchas crescem, tornam-se mais acastanhadas e destroem os tecidos foliares. A doença é favorecida pela alta humidade.
Viroses – diversos vírus podem surgir na cultura de abóbora, como: Papaya ringspot virus – type watermelon (PRSV-W), Watermelon mosaic virus-II (WMVII), Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV), Squash mosaic virus (SqMV) e Cucumber mosaic virus (CMV).
Em geral as plantas infectadas com a maioria destes vírus primeiramente apresentam amarelecimento entre as nervuras foliares, sintoma conhecido como mosaico (veja figura abaixo).
Os sintomas são observados geralmente nas folhas novas. Em seguida, as folhas ficam deformadas e o tecido próximo à nervura principal fica enrugado. As folhas novas ficam deformadas e aparecem variações de cores entre verde e amarelo. A planta reduz o seu desenvolvimento e produz frutos pequenos e deformados.
Podridão-do-caule ou podridão de esclerotínia – Doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum que ataca um grande número de plantas cultivadas e possui estruturas de resistência que favorecem sua sobrevivência por longos períodos na lavoura e facilita sua disseminação por meio de mudas, solo ou implementos agrícolas contaminados.
O sintoma típico é a murcha e morte das plantas, em períodos com alta umidade relativa, as plantas atacadas podem apresentar crescimento esbranquiçado do fungo e a formação de escleródios, uma estrutura escura, pequena, de formato irregular, que se assemelham a fezes de rato.
Nematoides – algumas espécies de nematoides que ocorrem na cultura são: Meloidogyne arenaria, M. incognita, M. javanica e M. hapla. Estes formam galhas semelhantes a calos nas raízes das plantas prejudicando a absorção de água e nutrientes.
Outras doenças da abóbora menos comuns, mas que também podem ocorrer são:
Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), sarna (Cladosporium cucumerinum), mancha-dealternária (Alternaria cucumirina), mancha angular (Pseudomonas syringae), mancha zonada ou mancha-das-folhas (Leandria momordicae), mancha de cercóspora (Cercospora citrulina), murchade- fusário (Fusarium sp.) e crestamento gomoso (Didymella bryoniae).
Algumas anomalias podem ser confundidas com doenças, tais como polinização deficiente que promove a formação de frutos pequenos, tortos e defeituosos; a deficiência de cálcio que forma uma mancha preta com podridão na ponta do fruto; fitotoxidez por defensivos agrícolas, principalmente herbicidas em que as cucurbitáceas são muito sensíveis e pode ser confundido com viroses.
As principais pragas da cultura da abóbora são:
Broca-das-cucubitáceas (Diaphania nitidalis e D. hyalinata). Causam perfurações e galerias dentro dos frutos, inviabilizando-os para o comércio e consumo humano. Quando não se toma medidas de controle adequado e ocorre infestação, as perdas podem chegar próximo a 100% da lavoura.
Mosca-branca (Bemisia tabaci). Atacam em grande número, elas sugam a seiva das plantas infestadas e injetam toxinas, causando o prateamento das folhas, promovem a queda da produção e redução da qualidade dos frutos.
Pulgões (Aphis gossyppi e Myzus persicae). Vivem em colônias nas partes novas das plantas. Sugam a seiva das plantas e podem transmitir viroses promovendo a redução da produção e da qualidade dos frutos.
Prateamento das folhas. É um problema causado por toxinas da mosca branca.
Outras pragas comuns no cultivo de abóbora são:
Broca-grande-do-fruto (Heliocoverpa zea), mosca das frutas (Anastrepha grandis), lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), vaquinha (Diabrotica speciosa), minador de folhas (Liriomyza huidobelensis), ácaro rajado (Tetranychus urticae), percevejo escuro (Leptoglossus gonagra) e tripes (Frankliniella zucchini) que também é transmissor de uma virose. Em determinadas ocasiões podem ocorrer também o ataque de paquinhas e grilos. O ataque destas pragas pode estar vinculadas ao manejo adotado, época de plantio, clima, regiões, questões ambientais e agroecológicas.
Recomendamos que leia: Como evitar o aparecimento de pragas e doenças nas hortas
Veja também: Doenças e pragas que afetam as abóboras